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Minun Blog
sexta-feira, junho 24, 2005
 
Mais de um ano sem escrever aqui nada. Uma tese para escrever é no que dá.

Não sei porque resolvi voltar a escrever no blog. Apeteceu-me.

Retomo aqui o que ficou parado nestas páginas e vou tentar escrever com mais assiduidade.

Defenição do ultimo ano sem escrever: stressante mas muito bom.

O melhor do ultimo ano: A minha tese escrita e os meus amigos.

O pior do ultimo ano: Nada. Acho mesmo que nada! Talvez o facto de andar sem fazer nada!

Hoje fica apenas escrito isto. Vamos lá ver se desta vez continuo sempre a escrever. Nada de filosófico mas apenas coisas que me passem pela cabeça no dia-a-dia.
domingo, abril 25, 2004
 
Abril é Revolução

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena


Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade


Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade

Zeca Afonso "Grândola Vila Morena"

Abril é Democracia
sábado, abril 24, 2004
 
Eu sei que os meus posts não têm sido regulares, mas como tenho andado sem acesso a web é tem sido complicado postar alguma coisa.

Hoje vou deixar aqui um texto do Manuel Alegre enviado pela minha mãe a propósito do 25 de Abril. Porque isto de comemorar Abril tem muito a ver com aquilo que me foi transmito em casa ao longo dos anos. Abril é Democracia.



"ROSAS VERMELHAS"


" Nasci em Maio, o mês das roasa, diz-se. Talvez por isso eu
fiz da rosa a minha flor, um símbolo, uma espécie de bandeira para mim
mesmo.
E todos os anos, quando chegava o mês de Maio, ou mais
exactamente, no dia doze de Maio, às dez e um quarto da manhã (que foi a
hora em que eu nasci), a minha mãe abria a porta do meu quarto, acordava-me
com um beijo e colocava numa jarra um ramo de roasas vermelhas, sem
palavras. Só as suas mãos, compondo as rosas, oficiavam nesse estranho
silêncio cheio de ritos e ternura.
Nesse tempo o sol nascia exactamente no meu quarto. Eu abria a
janela. Em frente era o largo dos ciganos. Quando chegava o mês de Maio, eu
abria a janela e ficava bêbado desse cheiro de fogueiras, carroças e
ciganos. E respirava o ar de todas as viagem, da minha janela, capital do
mundo, debruçado sobre o largo onde começavam todos os caminhos.
E tudo estava certo, nesse tempo, ou pelo menos, nada tinha o sabor
do irremediável. Nem mesmo a morte da minha tia. Por muito tempo ela ficou
nos retratos do jardim, bordando à sombra das magnólias, andando pela casa
nos pequenos ruídos do dia a dia, até que, pouco a pouco, se foi confundindo
com as muitas ausências que vinham sentar-se na cadeira, onde, dantes, minha
tia se sentava.
E eu dormia poisado sobre a eternidade, como se tudo estivesse
certo para sempre, eu dormia com muitos olhos, muitos gestos vigilantes
sobre o meu sono. Por vezes tinha pesadelos, acordava, inquieto, a meio da
noite, qualquer coisa parecia querer despedaçar-se e então exclamava:
- Mãe!
e logo essa voz, tão calma, entrva dentro de mim, mandava embora os
fantasmas, e era de novo o meu quarto, a doce quentura da minha casa no cimo
da ternura.
Não havia policia nesse tempo. Ninguém roubaria a tranquilidade do
meu sono, ninguém viria a meio da noite para me levar, porque bastava eu
chamar:
- Mãe!
e logo uma vo, tão calma, mandava embora os fantasmas. E era a paz, nesse
tempo, em que todos os anos, quando chegava o mês de Maio, ou mais
exactamente, o dia doze de Maio, às dez e um quarto da manhã, a minha mãe
abria a porta do meu quarto e colocava, religiosamente, um ramo de rosas
vermelhas sobre a minha vida, nesse tempo, em que dormir, acordar, nascer,
crescer, viver, morrer, eram um rito no rito das estações.
Em Maio de 1963 eu estava na cadeia. Por vezes, a meio da noite, um
grito abalava as traves da minha cabeça, direi mesmo da minha vida, e eu
acordava suado, dolorido, como se um rato (talvez o medo?) me roesse o
estômago. E era inutil chamar. Onde ficara essa voz que dantes vinha repor o
sono no seu lugar, repondo a paz dentro de mim? E as manhãs penduradas no
mês de Maio, onde acordar era uma festa? Onde ficara a ternura? Onde ficara
a minha vida?
Em Maio de 1963 eu estava na cadeia. Dormia - como direi? - acordado
sobre cada minuto. Tinha aprendido o irremediável. Alguma coisa, dentro de
mim, se despedaçara para sempre (para Sempre ? Que quer dizer para sempre
?). Era inutil chamar. Tinha aprendido, fisicamente, a solidão. Embora na
cela ao lado, alguém, batendo com os dedos na parede, me dissesse, como se
fosse a voz longínqua do meu povo:
Coragem !
eu estav, pela primeira vez, fisicamente só, dentro do meu sono povoado por
esse grito que estalava por vezes as traves da minha cabeça(onde essa voz
que mandava embora os fantasmas ?).
E era terrível essa manhã sem manhã, essa realidade branca e gelada,
toda feita de paredes, grades, perguntas, gritos. Mesmo que na cela ao lado,
alguiém, batendo com os dedos na parede, me dissesse:
- Bom dia !
era terrível acordar nessa estreita paisagem com sete passos de comprimento
por sete de largura, tão hostil, tão dolorosa como as regiões dos pesadelos.
Porque acordar era ter a certeza de que a realidade não desmentiria o
pesadelo.
Mesmo que os meus dedos batendo na parede transmitissem
notícias dum homem que podia responder:
- Bom dia,
de cabeça erguida, era terrível acordar no mês de maio, com a certeza de que
no dia doze a minha mãe não entraria pelo meu quarto, deixando-me na fronte
um beijo, e rosas vermelhas sobre os meus vinte e sete anos.
Talvez seja preciso renunciar à felicidade para conquistar a
felicidade. Eu estava na cadeia em Maio de 1963. Tinha aprendido a solidão.
Tinha aprendido que se pode gritar com todas as nossas forças quando se
acorda a meio da noite com um grito na cabeça e um rato (talvez o medo),
roendo-nos o estômago, que ninguém, ninguém virá repor a paz dentro de nos.
E então, é altura de saber se as trevas dum homem resistirão. Pois só a tua
voz, amigo, responderá ao teu apelo torturado na noite. E, nessa hora (a
mais solitária das horas), se conseguires cerrar os dentes, dar um murro na
parede, acender um cigarro, se conseguires vencer esse encontro com a
solidão no mais fundo de ti próprio, com que alegria, com que estranha
alegria, com que estranha alegria, na manhã seguinte, tu responderás:
- Bom dia!
mesmo que seja terrível acordar no mês de Maio, nessa estreita paisagem,
gelada e branca, com sete passos de comprimento por sete de largura.
É certo que podem escolher outros caminhos. Mas poderia eu ter
escolhido outro caminho? Acaso poderia dormir descansado, onde quer que
estivesse, sabendo que algures, na noite, há homens que batem, há homens que
gritam?
Os fantasmas tinham entrado no meu sono, invadido a minha casa no
cimo da ternura; os fantasmas eram donos do país. E se eles viessem de
repente, a meio da noite e eu cahmasse:
- Mãe !
a voz (tão calma) de minha mãe já nada poderia contra eles. Era um trabalho
para mim, uma tarefa para todos aqueles que não podem suportar a sujeição.
Eu nunca pude suportar a sujeição. Acaso poderia ter escolhido outro caminho
?
Por isso, em Maio de 1963, eu estava na cadeia, isti é, de certo
modo, eu estava no meu posto.
No dia doze, não acordei com o beijo de minha mãe.
Porém, nessa manhã ( não posso dizer ao certo porque não tinha
relógio, mas talvez - quem sabe? -, às dez e um quarto, que foi a hora em
que eu nasci), o carcereiro abriu a porta e entregou-me, já aberta, uma
carta de minha mãe. E ao desdobrar as folhas que vinham dentro do subscrito
violado, a pétala vermelha, duma rosa vermelha, caiu, como uma lágrima de
sangue, no chão da minha cela."

in" A Praça da Canção " de Manuel Alegre



Aos meus pais agradeço a educação de Abril
terça-feira, abril 06, 2004
 
Como estamos perto de comemorar os 30 anos da revolução dos cravos decidi deixar aqui um link que tem informação acerca da revolução, o antes, o durante e o regime de transição. A cronologia dos factos é uma secção bastante interessante.

Ainda hoje e depois de já ter saido de casa há quase seis anos no dia 25 de Abril tenho pelo menos um cravo em casa. São coisas com as quais se cresce e que fazem parte de nós. É uma pena que hoje não haja nas escolas um estudo um poco mais aprofundado sobre os anos de ditadura e sobre o que foi o 25 de Abril. Que muitos jovens hoje já nem saibam o que foi ou em que ano aconteceu. Por isso a sugestão desta página em link.

Fica aqui também a canção que deu o mote ao ínicio das operações militares contra o regime, ainda ás 23:00H da noite de 24 de abril. Passada aos microfones dos Emissores Associados de Lisboa "E depois do adeus" de Paulo de Carvalho vencedora do Festival RTP da Canção de 1974:

Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.

Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder

Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci

E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor que aprendi
De novo vieste em flor
Te desfolhei...

E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós


E assim começava a história a fazer-se...



sexta-feira, abril 02, 2004
 
Há quase quinze dias que não escrevo nada. Depois de muitos pedidos voltei. Hoje estou sem inspiração e até já fui aconselhado a não escrever nada por estar sem inspiração. Não obstante decidi presentear os meus leitores com mais um post para que depois possam usar os comentários para falar entre si. As vezes tenho a sensação que nem lêem o que eu escrevo mas apenas falam entre si. Eu sei que isto não é um blog literário mas bolas o que eu escrevo também tem importancia, quanto mais não seja para o meu mundo!


Falemos então agora de fantasmas nos blogs, um tema muito debatido no meu circulo de amigos esta semana. Se um blog é publico está acessível a qualquer pessoa para ler. Se o "dono" do blog põe um campo onde se podem fazer comentários, então está, porque quis, a dar oportunidade a que qualquer pessoa possa escrever o que quiser. Nesta perspectiva qq leitor pode escrever o que quiser, foi-lha dada essa possibilidade pelo "dono" do blog.


Hoje deixo-vos a letra de um poema que eu sempre gostei e que acordei a cantarolar de manhã:

Pedra Filosofal - António Gedeão
Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso,
em serenos sobressaltos
como estes pinheiros altos


que em verde e ouro se agitam
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma. é fermento,
bichinho alacre e sedento.
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel.
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa dos ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança.,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
para-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra som televisão
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre a mãos de uma criança.


Se o mundo fosse governado por crianças que ainda não perderam a capacidade de sonhar...

sexta-feira, março 19, 2004
 
Sol, Praia, Corpos morenos, Mar, Areia... E viva o bom tempo :-D
 
Há dias que eu não gosto muito. Hoje é um deles. Não me levem a mal. Gosto do simbolismo do Dia do Pai. Mas acho que é um dia inventado para o comercio, um dia para vender. Gosto claro de passar este dia com o meu pai ou de falar com ele. Mas gosto de o fazer também em todos os outros dias. Não é preciso haver um dia para nos lembrarmos de dar um presente. É bem mais giro faze-lo quando as pessoas não estão à espera. Como o Dia do Pai há o Dia dos Namorados, o Dia da Mãe... Todos os dias são dias para nos lembrarmos ou dar um presente a quem gostamos. Este é um dia simbolico dizem muitos mas parece-me que se tem de haver um dia simbolico é porque não damos atenção nos outros dias todos. Deveria ser ao contrário. Todos os dias serem Dias do Pai, da Mãe ou dos Namorados e se nos esquecermos disso que seja um dia por ano, e não um dia por ano para nos lembrarmos disso!
quinta-feira, março 18, 2004
 
Parabéns a você (e a mim que fui irmão neste dia!)
Nesta data Querida ( é só mesmo a data)
Muitas felicidades ( Be Happy!)
Muitos anos de vida (mas não chateies muito a molécula!)
Hoje é dia de festa (party I like to party)
Cantam as nossas almas (I got peace deep in my soul)
Para a maninha Joana (tb não tenho mais nenhuma!)
Uma salva de palmas! (clap, clap, clap)

A minha irmã faz anos hoje. Comemora-se com um post depois de qse uma semana de ausência. Um dia para comemorar.

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